Fomos imersos na potência visual e simbólica de Lady Gaga, cuja presença no Rio de Janeiro, durante sua turnê, revelou mais do que figurinos – revelou declarações. A artista apresentou um espetáculo que se autodenomina uma “ópera gótica”, encenada com cenografia teatral, estrutura dinâmica e figurinos que dialogam com arte, política e identidade.
Logo no início, Gaga surgiu com um vestido verde de forro azul, revelado por uma sobreposição vermelha — e que forte foi a alusão à faixa presidencial brasileira. Foi como assistir à encarnação de um símbolo nacional ressignificado em poesia visual. Como fã, esse momento foi arrebatador, um verdadeiro êxtase. A faixa não foi um mero acessório: ela carrega, nas mãos de Gaga, um novo significado — o da inclusão, da liberdade, da arte e do orgulho de ser quem se é.
Nos atos seguintes, Gaga trouxe figurinos que já haviam marcado presença em sua turnê, mas que ganharam novo sentido ao serem inseridos no contexto brasileiro. Com gestos de gratidão ao público, ela se manteve em perfeita sintonia com o corpo de balé e as transformações de palco, sempre evocando emoção e reverência.
Um dos pontos altos da noite foi o vestido amarelo com bordados azuis simétricos e uma faixa verde — uma estética que evocava traços de uniforme, com forte apelo simbólico às cores da bandeira nacional. Ao lado de dançarinos vestidos com camisas da Seleção Brasileira, Gaga transformou o palco em uma celebração do Brasil.
Mais uma vez, o uso da faixa, somado à escolha cromática, trouxe à tona a ideia de liderança, empoderamento e pertencimento. Foi uma forma de alinhar sua presença ao espírito do país, demonstrando profundo respeito pela cultura brasileira. Ao vestir esses símbolos com arte e intenção, Lady Gaga não apenas prestou uma homenagem, mas reafirmou sua imagem como artista que celebra a diversidade e transforma moda em manifesto.