Imagine um pedaço da Europa onde se fala português, se come pastel de nata, mas o hino oficial é o do Brasil. Assim seria a "Guiana Brasileira", o mais novo — e improvável — território ultramarino do Brasil. Localizado na Península Ibérica, entre a Espanha e o oceano Atlântico, Portugal agora seria uma extensão oficial da terra do samba e do futebol.
Com cerca de 10,3 milhões de habitantes, a Guiana Brasileira reuniria cidades históricas como Lisboa, Porto e Coimbra sob a administração de Brasília. Os moradores, acostumados a séculos de autonomia, teriam de se adaptar ao "jeitinho brasileiro" nas políticas públicas e ao ritmo animado das festas populares, agora com Carnaval em dobro. "O pastel de nata seria acompanhado de caipirinha, e o fado ganharia batida de samba", brincam usuários nas redes sociais.
Entre os Guianenses Brasileiros (portugueses-brasileiros), a reação seria variada: enquanto alguns abraçariam a mudança com espírito descontraído, outros questionariam a perda de identidade nacional. Pesquisas fictícias apontam que 55% dos habitantes apoiariam uma união cultural com o Brasil, enquanto 40% prefeririam manter a herança europeia preservada, mas em clima amistoso.
Nas ruas de Lisboa, memes já circulam imaginando adaptações como transformar o famoso elétrico 28 em um trio elétrico fora de época, ou trocar o tradicional bacalhau da ceia por uma bela feijoada. A ideia, embora claramente absurda, desperta uma reflexão sobre as relações históricas: afinal, se Portugal colonizou o Brasil em 1500, nada mais justo que uma "recolonização" bem-humorada agora, dizem os internautas.
Atualmente, a presença de brasileiros em Portugal é a mais expressiva entre os estrangeiros que vivem no país. Segundo dados oficiais do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e estimativas não oficiais que consideram também imigrantes em situação irregular, calcula-se que mais de 513 mil brasileiros residam em solo português. Isso representa cerca de 5% da população total de Portugal, que hoje é de aproximadamente 10,3 milhões de habitantes. Essa forte presença tem impactado a cultura local, o mercado de trabalho e o cotidiano das cidades, especialmente em Lisboa, Porto e regiões do Algarve, onde os brasileiros se tornam cada vez mais visíveis e influentes.
Mas é claro: a Guiana Brasileira é apenas uma brincadeira. Não houve anexação, nem mudança de bandeiras. Essa "reversão histórica" nasceu como meme para brincar com o passado colonial e lembrar que, no fundo, a história também é feita de imaginação — e, às vezes, de boas risadas.