O milho é muito mais do que pamonha, curau ou pipoca. Versátil, nutritivo e amplamente utilizado na indústria e na alimentação humana e animal, o cereal ganha cada vez mais protagonismo na rotina dos brasileiros — e no agronegócio nacional.
Celebrado em 24 de abril no Dia Internacional do Milho, o alimento é a segunda maior cultura agrícola do Brasil, ficando atrás apenas da soja. É também base de receitas tradicionais em quase todas as regiões do país e uma potência econômica com papel central nas exportações e na produção de energia e proteína animal.
De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra 2024/2025 está estimada em 122,76 milhões de toneladas, um aumento de 6,1% em relação à anterior. A área plantada deve alcançar 21,14 milhões de hectares, com produtividade crescente. Apesar de um início promissor, produtores enfrentam desafios com pragas como lagarta-do-cartucho e cigarrinha-do-milho, além de riscos de geada e chuvas irregulares em algumas regiões.
Mesmo com a queda de quase 30% nas exportações — 39,75 milhões de toneladas em 2024 —, a demanda interna cresce, especialmente nos setores de etanol e ração animal. O milho é o principal componente da alimentação de aves, suínos e bovinos, essenciais para o abastecimento de proteína no país.
Do ponto de vista nutricional, o milho é um aliado da saúde. Rico em fibras, vitaminas A, B1 e B3 e minerais como ferro, fósforo, potássio e magnésio, ele fortalece o sistema imunológico, melhora o trânsito intestinal e ajuda a prevenir doenças. Também é livre de glúten, sendo uma boa alternativa energética para pessoas com restrições alimentares, como os diabéticos.
Segundo Júlia Paiva, professora de nutrição da Estácio, o milho contém carotenoides antioxidantes, como zeaxantina e luteína, importantes na prevenção de doenças degenerativas da visão. "Além disso, as fibras do milho influenciam positivamente nos níveis de colesterol e no transporte de gorduras no sangue", explica.
Na indústria, o grão é uma verdadeira matéria-prima multifuncional. Seu óleo é usado na produção de margarinas e molhos; o farelo serve de ração; e produtos como amido, fubá e xarope de milho estão presentes em uma ampla gama de alimentos processados — de doces e refrigerantes a embutidos, sopas e cervejas.
"O milho é, literalmente, um prato cheio para a indústria de alimentos", resume Júlia Paiva.
Com clima favorável e tecnologia aplicada ao campo, o milho continua sendo uma aposta estratégica para o Brasil. Sua dupla função — alimentar e energética — reforça sua importância para a segurança alimentar e para o equilíbrio econômico do país.
E na mesa do brasileiro, o grão segue como símbolo de sabor, tradição e saúde.