De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 30% da população mundial sofre com tontura, sendo as mulheres as mais afetadas, devido às variações hormonais. Esse sintoma pode ser um alerta para problemas mais graves, como um Acidente Vascular Cerebral (AVC). 

Para conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico e tratamento correto, no dia 22 de abril comemora-se o Dia Nacional da Tontura, data criada pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF).

A data tem como objetivos esclarecer o sintoma à população em geral e à classe médica, incentivar o diagnóstico e tratamento correto da tontura e conscientizar a população sobre a importância de diferenciar vertigem e tontura.  É fundamental não ignorar a tontura, pois ela pode ser um sinal de doenças graves.

A tontura pode ser um sintoma de diversas doenças, como: labirintite, doença de Menière, diabetes, anemia, problemas cardíacos e enxaqueca vestibular. Pode ser causada por problemas no ouvido, mas também por alterações emocionais, como ansiedade, depressão ou síndrome do pânico. Por isso, em caso de tontura, deve-se evitar a automedicação e buscar atendimento médico.

Os sintomas mais comuns da tontura são a falsa sensação de movimento ou de rotação (vertigem), percepção de desmaio, perda de equilíbrio ou instabilidade, cabeça pesada ou um estado de flutuação. Estes sintomas podem ser causados por múltiplas condições médicas que interferem com os sinais provenientes do cérebro. 

A médica otorrinolaringologista Juliana Caixeta destaca que as tonturas aumentam o risco de quedas e acidentes que podem ser fatais. Por outro lado, se a doença de base não for devidamente tratada e diagnosticada, podem ocorrer outras complicações a longo prazo.

O diagnóstico correto é fundamental para que o tratamento seja eficaz e evite limitações na rotina do paciente. “Se a pessoa sente tontura frequente e não sabe a causa, deve consultar um especialista. Com a abordagem certa, é possível controlar os sintomas e reduzir as crises”, afirma a médica. 

O tratamento da tontura depende da sua causa, pode incluir a realização de manobras que incidem sobre a posição da cabeça, pelo controle de doenças do ouvido interno, pela abordagem das enxaquecas ou da ansiedade. Considerando as suas várias origens, a terapêutica tem de ser individualizada e, com frequência, multidisciplinar.

Além do acompanhamento médico, Juliana Caixeta acrescenta que é recomendável adotar hábitos saudáveis, como praticar exercícios físicos regularmente, manter uma alimentação equilibrada e gerenciar o estresse. Medidas como descanso, hidratação e alimentação podem ajudar a aliviar os sintomas. “Isso faz toda a diferença na prevenção das crises e na manutenção da qualidade de vida”, destaca.

Relação entre tontura e enxaqueca

Todo ano, a ABORL-CCF e a Academia Brasileira de Otoneurologia (ABON) realizam a Campanha da Tontura, com o objetivo de conscientizar sobre esse sintoma debilitante. Neste ano, a Semana da Tontura será celebrada de 21 a 27 de abril, com o tema “Tontura é coisa séria: sabia que dor de cabeça pode ter relação com tontura?”. O foco será a relação entre tontura e enxaqueca.

Tonturas recorrentes podem ser sinais de enxaqueca vestibular, uma condição frequente, mas ainda pouco reconhecida, que afeta milhões de pessoas e costuma ser confundida com outros problemas. A enxaqueca vestibular afeta entre 1% e 2,7% da população e vai muito além da dor de cabeça. 

Os principais sintomas da enxaqueca vestibular incluem tontura episódica, que pode durar de 5 minutos a 72 horas, sensibilidade intensa à luz, sons e cheiros, além de aura visual (como brilhos ou flashes de luz). A dor de cabeça pode ou não estar presente durante as crises.