A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) identificou dois focos de raiva em bovinos na zona rural do município de São Patrício, na região Central do Estado. As investigações foram iniciadas na última quarta-feira (12/02), após notificação dos proprietários à Agrodefesa, sobre animais com sinais clínicos suspeitos, que incluíam dificuldade ao caminhar, paralisia e falta de apetite.
Os fiscais estaduais agropecuários da Unidade Regional Rio das Almas da Agrodefesa, Antônio José Gonçalves França (Unidade Operacional Local de Rialma) e Adilberto Pacheco de Araújo Júnior (Unidade Operacional Local de Rubiataba) foram até a região, nas proximidades da Vila São José. No local, verificaram a existência dos sintomas que caracterizaram os casos prováveis e iniciaram o protocolo determinado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), incluindo a coleta de material para diagnóstico laboratorial.
“Imediatamente após a notificação, acionamos as Unidades de Atenção Veterinária das unidades locais próximas a essa região para estabelecermos os protocolos de investigação de casos suspeitos e prováveis”, explica o coordenador da Unidade Regional Rio das Almas, Paulo César Romão. “Nossos fiscais foram até a primeira propriedade e durante o processo de averiguação, vizinhos também informaram a outra suspeita que também passou a ser investigada pela Agrodefesa. Existe hoje um desconhecimento do produtor da importância dessa notificação, que é obrigatória e pode ajudar a controlar essa doença que é perigosa para a população”, complementa.
Após a coleta, o material foi enviado para o Laboratório de Diagnóstico Veterinário da Agrodefesa (Labvet) que confirmou ambos os casos. Os animais contaminados se tratavam de uma fêmea bovina de 24 meses de idade e um macho bovino de 18 meses. Após a comprovação, a Secretaria de Saúde de São Patrício foi comunicada, já que a doença também é uma zoonose.
“Nessa região e em todo o Estado, a Agrodefesa realiza diversos trabalhos, dentro do Programa Estadual de Controle da Raiva dos Herbívoros. Mas é importante salientar que a notificação de casos suspeitos, as ações de vigilância epidemiológica, a vacinação dos rebanhos e o controle de morcegos hematófagos ainda são as principais formas de prevenção e controle”, declara a gerente de Sanidade Animal da Agrodefesa, Denise Toledo.
Ela explica que a partir da confirmação dos casos, como os de São Patrício, é iniciada uma série de medidas, determinadas pelo Mapa, que incluem a vacinação obrigatória de todos os animais das propriedades do foco da doença; a vacinação recomendada para os animais das propriedades situadas na área perifocal (até 12 quilômetros das propriedades foco); e a intensificação do monitoramento dos abrigos de morcegos hematófagos por parte da Agrodefesa.
“Apesar de São Patrício não estar na lista dos municípios com vacinação antirrábica obrigatória, é facultada ao produtor realizar a aplicação da vacina em qualquer período do ano”, esclarece Denise. “Já do ponto de vista da população, é importante também evitar o contato com os animais doentes, principalmente com a saliva do animal, e não manipular morcegos, além de comunicar à Agrodefesa sobre a localização de abrigos desses animais, como grutas, taperas e cisternas abandonadas”, complementa.