Quem costuma ir ao supermercado deve ter notado que o preço do ovo de galinha tem registrado aumentos seguidos nas últimas semanas. A demanda elevada e a oferta restrita de ovos no mercado têm feito o preço da proteína saltar na distribuição entre fornecedores e o varejo, alertou a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). A associação indica que o preço dos ovos de galinha subiu até 40% no atacado, nas últimas semanas.
Diferente do cenário de queda observado no início de janeiro, os preços dos ovos tiveram novas altas no mercado doméstico em fevereiro de 2025, e já é possível perceber a mudança nas prateleiras. Com a crise dos ovos nos Estados Unidos, onde há uma falta na oferta e elevação dos preços, há uma maior busca por exportações dos produtos brasileiros. A baixa oferta de ovos no mercado interno e o aumento da demanda são os principais responsáveis pela alta significativa no preço das proteínas.
O especialista em mercado financeiro, Fabiano Tavares, explica que o aumento no preço dos ovos acompanha a subida de outros alimentos também. Ele ressalta que o setor produtivo de ovos no Brasil vem ampliando a cada ano seu potencial exportador, afetando a demanda pela proteína.
Conforme Fabiano Tavares, o preço do ovo tem sido pressionado pela alta dos combustíveis, que impacta o custo do transporte, e o crescimento das exportações, que diminui a oferta de ovos no mercado interno. “Além disso, o consumidor também têm recorrido mais aos ovos de galinha devido à alta dos preços das demais proteínas”, pontua o especialista.
Qual a relação do preço dos ovos com a crise nos EUA?
Com a gripe aviária matando milhões de galinhas nos EUA, os preços subiram mais de 15% em janeiro na comparação com o mês anterior — o maior avanço desde 2015 — e 55% em relação ao ano anterior. O salto ajudou a puxar a inflação americana para o maior patamar desde agosto de 2023.
Com a crise dos ovos nos Estados Unidos, onde há uma falta na oferta e elevação dos preços, há uma maior busca por exportações dos produtos brasileiros. As indústrias no Rio Grande do Sul, por exemplo, já começam a ser procuradas por mercados que, antes, eram atendidos pelos americanos, como o Oriente Médio e a África, conta Santos.
Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o Brasil tem elasticidade para aumentar as exportações sem comprometer a oferta interna, e é isso que a gente deve observar daqui para a frente.
As exportações brasileiras de ovos, tanto in natura quanto processados, totalizaram 2.357 toneladas em janeiro, de acordo com a ABPA. O volume supera em 22,1% o total exportado no mesmo mês do ano passado. A receita das exportações de ovos somou US$ 4,186 milhões em janeiro, 22,8% a mais que em janeiro de 2024.