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Opinião Direito

Herança e Inventário: Como evitar conflitos familiares?

Especialista dá dicas de como preparar a documentação e resolver de forma mais rápida o processo na justiça.

06/03/2025 07h29
Por: Redação Fonte: Leandro Borba
Foto: Agência Brasil
Foto: Agência Brasil

O direito de herança está garantido na Constituição Federal como um direito fundamental do cidadão. Além disso, possui respaldo jurídico no Código Civil e no Código de Processo Civil brasileiro. No entanto, apesar dessa proteção legal, a sucessão patrimonial continua sendo um dos temas mais sensíveis e propensos a conflitos familiares.

A herança é um direito dos herdeiros necessários e legítimos, sendo um reflexo direto do falecimento de alguém que deixou bens. O direito de sucessão surge no exato momento da morte do falecido, e a falta de um planejamento adequado pode transformar um processo natural em uma verdadeira batalha judicial.

Afinal, quem nunca ouviu histórias de famílias desestruturadas após a disputa por bens? Para evitar esse cenário e garantir que a distribuição do patrimônio ocorra de forma justa e harmoniosa, é fundamental adotar medidas preventivas.

Dicas para um Planejamento Sucessório Eficiente

1. Elabore um Testamento

Um testamento bem estruturado é a base para um planejamento sucessório eficiente. Nele, é possível definir de forma clara como os bens serão distribuídos, evitando mal-entendidos e disputas futuras.

Além disso, um testamento registrado em cartório tem respaldo legal e assegura que as vontades do falecido sejam respeitadas, conforme disposto no Art. 1.864 do Código Civil.

2. Convoque uma Reunião Familiar

A transparência deve ser a regra nesse processo. Realizar uma reunião familiar para expor as intenções e esclarecer possíveis dúvidas pode ser um passo importante para evitar conflitos futuros.

O Art. 1.831 do Código Civil permite que o testador disponha de até 50% de seus bens para beneficiários que não sejam herdeiros necessários. O diálogo aberto evita suspeitas e fortalece a confiança entre os familiares.

3. Considere a Criação de uma Holding Familiar

A gestão patrimonial pode ser simplificada por meio da constituição de uma holding familiar. Esse modelo societário permite centralizar o controle dos bens, evitar disputas e garantir a preservação do patrimônio para futuras gerações.

Essa prática está respaldada pela Constituição Federal (Art. 5º, XXII), que assegura o direito de propriedade e sua função social. Além disso, permite uma gestão patrimonial estratégica, com vantagens fiscais e sucessórias.

4. Nomeie um Inventariante de Confiança

A escolha do inventariante é uma etapa crítica do processo sucessório. Esse será o responsável por administrar os bens e conduzir o inventário, garantindo que tudo ocorra de forma justa e organizada.

O Art. 617 do Código de Processo Civil determina que o inventariante deve prestar contas regularmente aos herdeiros, o que reforça a necessidade de escolher uma pessoa confiável e imparcial.

5. Consulte um Advogado Especializado

O suporte jurídico é indispensável nesse processo. Contar com um advogado especializado em direito sucessório pode evitar desgastes desnecessários e garantir que todas as disposições legais sejam cumpridas corretamente.

O Art. 133 da Constituição Federal assegura o direito à ampla defesa, inclusive em processos de inventário. No entanto, se houver questões complexas que demandem provas detalhadas, o magistrado pode suspender o inventário até que tais questões sejam resolvidas em outro processo judicial.

6. Prepare-se para o Imposto de Transmissão

Muitos herdeiros são pegos de surpresa ao se depararem com os custos da sucessão patrimonial. O Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD) deve ser considerado no planejamento para evitar complicações financeiras.

O Art. 155, I, da Constituição Federal, estabelece que os estados têm competência para instituir esse tributo, e suas alíquotas variam de acordo com a legislação estadual. Antecipar esses custos pode evitar transtornos para os beneficiários da herança.

Chega de traumas!

A sucessão patrimonial não precisa ser um processo doloroso. Com planejamento, diálogo e assessoria jurídica adequada, é possível minimizar conflitos e assegurar que a transmissão dos bens ocorra de maneira justa e equilibrada.

O direito de herança é uma conquista constitucional, mas sua efetividade depende de atitudes responsáveis. E você, já pensou em como deseja organizar sua sucessão patrimonial? Compartilhe sua opinião nos comentários e enriqueça essa discussão!

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Direito, com Leandro Borba
Sobre Direito, com Leandro Borba
Leandro Borba Ferreira Nascente é advogado com mais de 15 anos de experiência nas áreas criminal, cível e administrativa. Graduado em Direito pela Universidade Paulista, campus Goiânia, concluiu a graduação em 2005, após iniciar o curso de Filosofia em 1998. Ao longo de sua carreira, foi aprovado em 8 concursos públicos, assumindo dois cargos públicos antes de optar pela exoneração para se dedicar exclusivamente à advocacia e aos estudos. É membro ativo das Comissões de Direito Constitucional e Direito Criminal da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Goiás. E contribui com conteúdos sobre direito aqui, no Conexão Diária.
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Sobre o município
Goiânia é um município brasileiro, capital do estado de Goiás. Fica a 209 km de Brasília, a capital do Brasil. Com uma área de aproximadamente 728,296 km², possui uma geografia contínua, com poucos morros, e caracterizada por ser uma região do Planalto Central do Brasil. É a segunda cidade mais populosa do Centro-Oeste, sendo superada apenas por Brasília. É um importante polo econômico da região, considerada estratégica para áreas como indústria, medicina, moda e agricultura.
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