A dor que persiste por mais de três meses, mesmo após a cura da lesão original, é considerada crônica. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 30% da população mundial sofre com algum tipo de dor constante. Essa condição impacta significativamente a qualidade de vida, afetando atividades diárias, relações sociais e bem-estar emocional. Neste mês dedicado à conscientização sobre a dor crônica, é essencial trazer informações sobre como identificá-la e os caminhos para um tratamento eficaz.
Entre os tipos mais comuns de dores crônicas estão cefaleia, hérnia de disco lombar, lombalgias, reumatismo e fibromialgia. De acordo com a Sociedade Brasileira de Estudos da Dor (SBED), ao menos 37% da população brasileira — cerca de 60 milhões de pessoas — sofrem com dores crônicas. Especificamente, a dor crônica na coluna afeta 21,6% dos adultos brasileiros, sendo mais comum em mulheres (24,5%) e aumentando com a idade. Estudos demonstram que a dor na coluna tem elevada prevalência e está associada a fatores demográficos, socioeconômicos, estilo de vida, doenças crônicas e autoavaliação da saúde.
Segundo a revista científica The Lancet, a dor, em suas diversas manifestações, afeta a percepção geral de saúde e está associada a sintomas depressivos e baixa qualidade de vida. Além disso, a dor pode impactar a produtividade e levar à exclusão da força de trabalho. A publicação também alerta sobre os riscos do uso indiscriminado de opioides, especialmente nos Estados Unidos e Canadá, onde há alta prevalência de uso não médico desses medicamentos, resultando em milhares de casos de overdose. Em 2020, mais de 68 mil mortes por overdose foram registradas nos EUA devido ao uso prolongado desses fármacos.
Diante desse cenário, é fundamental a implementação de políticas públicas voltadas para o diagnóstico precoce, tratamento adequado e suporte contínuo aos pacientes que sofrem de dor crônica. Também é crucial alertar sobre os riscos do uso excessivo de medicamentos para alívio temporário da dor, que podem mascarar os sintomas e retardar a adoção de medidas mais eficazes e seguras.
Como Identificar a Dor Crônica?
A dor crônica pode se manifestar de diversas formas, como dor persistente nas costas, dores musculares generalizadas, enxaquecas frequentes, dores articulares e sensação de queimação ou formigamento. Diferente da dor aguda, que tem uma causa bem definida e previsível, a dor crônica pode não apresentar um fator desencadeante claro, tornando seu tratamento mais desafiador e demorado.
Qual Profissional Procurar?
Ao perceber que a dor persiste por meses, é essencial buscar ajuda profissional. O primeiro passo é procurar um especialista em dor, que poderá avaliar o quadro e encaminhar para tratamentos adequados. O tratamento da dor crônica é multidisciplinar, envolvendo médicos, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas e educadores físicos.
A Importância do Tratamento Continuado
A dor crônica não tem uma cura simples e requer acompanhamento constante para melhorar a qualidade de vida do paciente. Tratamentos intermitentes podem oferecer alívio momentâneo, mas a continuidade do cuidado é essencial para obter benefícios duradouros.
Fisioterapia e Exercício Físico
A fisioterapia é uma das principais aliadas no tratamento da dor crônica. Com técnicas de alongamento, fortalecimento muscular e terapia manual, o fisioterapeuta ajuda na mobilidade, na redução da dor e na prevenção de compensações que podem piorar o quadro. Além disso, a prática regular de exercícios físicos bem orientados promove a liberação de neurotransmissores como endorfinas e serotonina, que ajudam a reduzir a percepção da dor.
Mudanças no Estilo de Vida e Hábitos Saudáveis
Adotar um estilo de vida saudável é essencial para o controle da dor crônica. Alimentação equilibrada, sono reparador e saúde mental são pilares fundamentais desse processo.
Busque Ajuda, Não Sofra Sozinho!
A dor crônica é um problema real, mas existem soluções e caminhos para uma vida com mais bem-estar. Neste mês de conscientização, é fundamental incentivar aqueles que sofrem com dor crônica a buscarem ajuda profissional e adotarem medidas para melhorar sua qualidade de vida. Com um tratamento multidisciplinar, exercícios adequados, alimentação balanceada, sono de qualidade e suporte emocional, é possível viver melhor e recuperar a autonomia. Não ignore a dor, cuide-se! Cuide da sua saúde antes que a doença se instale.