O trabalho das equipes de combate a endemias não para. Os agentes estão em busca de criadores do Aedes aegypti para eliminá-los. "O balde é tambor, as vasilinhas de alga dos animais tem a capacidade de deixar lá a semana inteira sem lavar a vasilinha do cachorro e a gente acha foco na vasilinha de alga, de galinha. A virada no tempo gerou preocupação nas autoridades sanitárias." lembrou a supervisora de área, Klaudileia Cardoso.
A combinação de calor e umidade são propícias para a reprodução do mosquito, dessa vez com destaques para as regiões sul e sudoeste de Goiânia, que concentram mais casos da doença, 157 e 159 para cada 100 mil habitantes, respectivamente. "Houve uma mudança historicamente das regiões, dos estritos sanitários, que a incidência aumentou em outros. Do setor sul, ali na região sul de Goiânia, né, tem um adensamento populacional muito grande, o que propicia também, né, o mosquito está ali contaminando o maior número de pessoas.", pontuou o diretor de vigilância epidemiológica, Murilo Reis.
O levantamento foi feito pela Secretaria Municipal de Saúde por meio do boletim epidemiológico de arboviroses, após a visita às casas. A do terapeuta Fabrício Ramos foi uma delas, ele disse que já teve Chikungúnya e que foi terrível o período doente. "O corpo nunca mais é o mesmo, né, porque sempre sente algum tipo de dor na articulação, sente um dor nas pernas e uma indisposição enorme, né, então quem já teve xicungúnia ou dengue não é mais o mesmo, infelizmente.", salientou.
Para ajudar no combate ao mosquito que transmite dengue, zika e xicungúnia, a Prefeitura de Goiânia está fazendo a manutenção em mais de 5 mil armadilhas, que foram colocadas em pontos estratégicos da cidade. Aí elas cumprem a sua missão, atrair os mosquitos. A fêmea pousa numa tela flutuante e é contaminada com larvicida.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, quase 9 mil unidades como essa estão espalhadas pela cidade entre residências e comércios. Ainda assim é indispensável o cuidado do morador com o seu lote. "A gente observa tudo que pode estar juntando água, né? E a gente observa, a gente já faz uma reciclagem, tudo a gente já observa e já joga tudo fora para que não possa estar juntando mosquito, porque não é só aqui, né? Então, na verdade, envolve o bairro, a vizinhança como um todo. Então, a gente tem esse processo de prevenção diária para que não possa dar foco de mosquito.", complementou Ramos.
Só nas 5 primeiras semanas deste ano, quase 1.700 casos de dengue já foram confirmados. "Nós temos visto aí nos últimos dias um aumento de internação no caso de dengue. Nós estamos aí com mais de 2.400 casos no último boletim epidemiológico, né? Então. Com quatro casos de investigação não confirmados ainda de óbito. Então é uma preocupação com a população, mas a gente também tem visto que esses mutirões, essa limpeza tem também contribuído para não estarmos ainda num alarme muito grande.", concluiu o diretor de vigilância epidemiológica.